É mais fácil e mais barato cuidar da saúde do que da doença
Thales Ma: "É mais fácil e mais barato cuidar da saúde do que da doença". A acupuntura cria uma harmonia entre o corpo e a mente e previne o adoecimento, explica.
Na infância, Thales Ma convivia com as agulhas de acupuntura em casa e escutava histórias sobre a medicina chinesa contadas por seu pai, Ma To Chi – fundador e coordenador do Centro Cultural Brasil-China e um dos primeiros a introduzir práticas da medicina chinesa em Salvador. Ao entrar na vida adulta, escolheu estudar teologia, por conta das suas experiências com o sincretismo religioso até ali. Encantava-se com a diversidade religiosa e queria mergulhar em estudos sobre esse fenômeno. No início dos anos 2000, o seu pai, acupunturista, decidiu expandir o centro, e o filho quis participar. Criou, então, o Man Zu Dao – cujo significado, segundo Thales, é “caminho para a satisfação plena” – que atualmente funciona numa casa vermelha, aconchegante e tranquila, numa ruazinha sem saída no Rio Vermelho. Aos 45 anos, ele trabalha diariamente atendendo pacientes, mapeando os sentimentos dos cinco grandes órgãos (o coração, o pulmão, o fígado, o rim e o baço) e aplicando as agulhas de acupuntura. Segundo ele, o objetivo da prática milenar é produzir um maior equilíbrio e harmonia do corpo e da mente, evitando o adoecimento. “Da mesma forma que o corpo produz a doença, quando está num ambiente hostil, se a gente consegue trazê-lo para um ambiente tranquilo, mais calmo, ele também produz a cura”, diz. Na entrevista, o acupunturista fala do seu trabalho, da relação entre problemas físicos e emocionais, da aprendizagem com o pai e da sua visão da acupuntura no contexto contemporâneo.